Exames de sangue para tireoide: conheça os principais

A função tireoidiana é verificada principalmente por meio de dois hormônios: TSH e T4 (o primeiro é produzido pela hipófise, e o segundo pela própria tireoide). Confira abaixo!

TSH

Lembra quando dissemos que a hipófise é a glândula responsável pelo controle da tireoide? Pois bem, há outro órgão para regular a hipófise: o hipotálamo. Ele libera o que chamamos de TRH (Thirotropin Releasing Hormone, Hormônio Liberador do TSH) e é justamente esse hormônio que induz a produção de TSH. Essa ação lembra as peças de um dominó, cada uma atuando sobre outra em sequência: o hipotálamo produz o TRH que atua sobre a hipófise, esta produz o TSH que atua sobre a tireoide, que por sua vez produz T3 e T4 para atuarem em outros órgãos.

Quando a hipófise detecta que os níveis de hormônios tireoidianos estão baixos, ela libera TSH para estimular a glândula. Porém, se há algum problema com a tireoide em si, mesmo com a liberação de TSH ela não vai funcionar adequadamente.

Nesses casos, os exames são reveladores: altos índices de TSH, baixos níveis de T4 e, consequentemente, um possível diagnóstico de hipotireoidismo. Por isso o médico indica avaliar não apenas o TSH, mas o T4.

T4 livre

É agora que entra em cena o T4, mais precisamente o T4 livre. A importância de dosar a fração livre é que, no geral, esse hormônio percorre o sangue associado a uma proteína. Porém, caso haja uma falha na proteína, pode falsear o resultado. O T4 livre é, portanto, mais eficaz para ajudar o médico na interpretação.

Em outras palavras, precisamos de uma análise precisa sobre a tireoide em si, associado com a avaliação da hipófise. No hipertireoidismo, por exemplo, o T4 vai se manter elevado e a grande dúvida que fica é: será que está sendo muito estimulada pela hipófise ou será que a glândula tireoide está hiperfuncionante?

É claro que, na interpretação dos resultados desses exames, é fundamental que o médico considere primordialmente a clínica, ou seja, o conjunto de sinais e de sintomas que a pessoa exibe. Lentidão ou aceleração dos movimentos, pele seca ou úmida, atenuação ou aceleração do ritmo cardíaco, diarreia ou constipação, e outras manifestações mais, inclusive o aspecto do rosto, que diz muito ao médico experimentado.

Veja quais problemas eles podem detectar

Claro, não poderíamos deixar de provocar algumas reflexões enquanto conversávamos sobre os exames. Porém, o que deve ficar bem claro é: não adianta nada dosar apenas os hormônios tireoidianos, é preciso avaliar a hipófise!

Aqui, vale a pena abrir um parênteses: afinal, dosar ou não dosar o T3? Na verdade, é uma prática muito pouco comum, uma vez que o hormônio que circula em maior quantidade é o T4.

Voltando à interpretação dos resultados, sempre que houver alteração, devemos pensar de maneira conjunta. É essa dupla análise – TSH e T4 livre – que vai ajudar a identificar a origem do problema. E tem mais! Se a hipófise se mostra alterada, devemos lembrar do hipotálamo.

Portanto, para sumarizar as possibilidades, vamos entender cada doença. O hipotireoidismo apresenta níveis baixos de T4. Se o TSH estiver normal, o problema está na tireoide. Senão, é preciso avaliar a hipófise.

Por outro lado, no hipertireoidismo os hormônios tireoidianos se mostram elevados.

Essas análises simples também ajudam a entender como anda o tratamento. Por isso, é muito importante fazer acompanhamento médico. As doses dos medicamentos são bem sensíveis e qualquer errinho de cálculo pode desbalancear novamente essa relação: portanto, não tente ajustar os remédios, pois o médico é quem deve fazer isso, inclusive considerando a avaliação clínica e não apenas os resultados dos exames.

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